Portas Condenadas (...)


A vida são portas condenadas .

Portas que passamos, pensando que, ao as abrirmos, vamos descobrindo o mundo e arrumando o caos interior, mas afinal percebemos que com o passar do tempo, elas se vão fechando uma a uma, na nossa cara, batendo com uma veemência esmagadora que nos deixa der braços estendidos ao longo do corpo e a perguntar em surdina "porquê?". (...)

A vida estreita-se num arame cada vez mais fino e ténue e é então que vamos percebendo que viver não é mais do que um precário equilibrio, uma travessia solitária pelo arame traçoeiro que nos há-de levar a um lado, a um lado qualquer que é sempre do outro lado, onde está tudo aquilo que nos convencem que queremos ou simplesmente escolhemos como objectivo para alcaçar uma coisa qualquer a que gostamos de chamar tranquilidade.

(...) Sem nunca olhar para baixo porque a vida nunca nos diz se temos ou não rede para cair.

E nunca sei se me agarras no ultimo instante possivel e me convences afinal que a vida não são só portas condenadas que o tempo também serve para as abrir, ou se me deixas cair devagar, como fazemos com aqueles que amamos com medo de não ter nada para lhes dar . (...)

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